quarta-feira, 27 de março de 2019

O mistério da biblioteca


Oi, gente, hoje tenho uma aventura muito diferente pra contar, acho até que tem gente que não vai acreditar. Mas aconteceu, mesmo! Foi de verdade!  A Joana está aí para provar que eu não to inventando nada. Vou contar tudo pra vocês.

Eu tava muito mal em Matemática, então, a Joana, que é muito fera em Matemática, se ofereceu pra me ajudar a entender os exercícios. Tinha coisa que não entrava na minha cabeça. A professora explicava, explicava, quando eu achava que tinha entendido tudo, vinha à prova e, eu... nota baixa! Minha mãe tava muito preocupada, e eu também!

- Matemática é exercício, Helena, você vai aprender a fazer. Depois, é só praticar!
- Falando assim, até parece fácil.
- É fácil sim!
- Duvido.

Depois da aula, eu e a Joana marcamos de ficar uma hora na biblioteca para ela me explicar os exercícios de Matemática. A Tereza, que ficava na biblioteca, deixou a gente ficar sozinha lá enquanto ela saiu pra almoçar.

- Presta atenção, Helena!
- Olha só, Joana! Cada livro desse deve ter um monte de aventura legal!
- Só que hoje é dia de Matemática, lembra?
- Deixa eu dar só uma olhadinha.

Nem esperei a resposta da Joana, e sai lendo os nomes dos livros na estante. Só que quando puxei um livro para ler, descobri uma coisa muita estranha.

- Olha isso, Joana!
- O quê, Helena?
- O livro!
- O que é que tem?
- As letras sumiram!
- O quê?

Verdade! O livro tava lá, mas dentro, não tinha nada escrito. Comecei a olhar um por um, e nada! Todos os livros estavam em branco. Alguém tinha roubado as letras dos livros. Mas quem?

A Joana deixou os exercícios de Matemática pra me ajudar a encontrar as letras dos livros. A gente não acreditava naquilo. Não podia ser possível, as palavras escritas nos livros, sumirem assim, de um hora para outra! De uma hora para outra era o fim de todas as histórias, não podia!

Tentei sair da biblioteca, mas a porta estava trancada.

- E agora, Joana? Fecharam a porta!
- Não acredito que a Tereza deixou a gente aqui trancada!

A Joana começou a chamar as inspetoras, mas ninguém aparecia.

- Não adianta, Joana, ninguém escuta!
- Então deixa isso pra lá, Helena, vamos estudar Matemática, quando a Tereza chegar a gente conta pra ela.
- Nada disso! Não sossego enquanto não resolver esse mistério.

Tinha que ter alguma explicação, mas qual? Não dá para apagar as palavras dos livros com uma borracha, alguém fez alguma coisa.

- Helena, você acha que tem alguém aqui?
- Já vai começar, Joana?
- É sério! Pode ser perigoso!

Comecei a procurar por toda a biblioteca, a Joana, mesmo com medo, também começou a procurar, mas a biblioteca não era assim tão grande que desse para alguém se esconder tão escondido assim.

De repente eu ouvi um assobio.

- Ouviu, Joana?
- Ouvi! De onde veio?
- Acho que veio de debaixo na mesa da Tereza.
- Eu não vou lá!

Claro que a Joana não foi. Ela é a minha melhor amiga, mas como é medrosa, viu? Mas, eu fui, bem devagarzinho e não acreditei quando eu me abaixei para ver quem tinha assobiado e vi quem estava escondido dentro do cesto de lixo.

- Pequeno Polegar?
- Quem, Helena?

Era o pequeno polegar! Ele mesmo, em carne e osso e miniatura!

- O que você está fazendo fora da sua história?
- Eu tive que fugir do meu livro para buscar ajuda.
- Ajuda pra quê? Disse a Joana.
- Estão roubando as palavras dos livros! Disse o Pequeno Polegar.

É, parecia que alguém não queria que mais ninguém lesse mais nada. Alguém não queria mais palavras no mundo. Foi então que o Pequeno Polegar contou porque fugiu do livro e porque ele fugiu.

Vocês não vão acreditar! Mas foi verdade, juro pela minha mãe! Mas sabe quem sumiu com as palavras dos livros? Os números! É! O 1, o 2, o 3, o 4, o 5, o 6, o 7, o 8 e o 9, saíram dos livros de Matemática e resolveram sumir com as letras dos livros, porque as pessoas gostavam mais das palavras do que deles.

- E onde estão esses números de uma figa?
- Não sei! A última vez que os vi, eles estavam indo para o lado da estante das poesias.
- Deixa que eu vou falar com eles. Disse a Joana.

Se tinha alguém melhor para falar com os números, era a Joana. Não tinha, na escola, ninguém que soubesse mais Matemática do que ela. Não sei o que ela falou para os números, ela nunca me contou isso, mas, não demorou muito e todas as palavras começaram a aparecer nos livros. Não deu nem tempo de me despedir do Pequeno Polegar.

- Pô, Joana, os números gostam mesmo de você, hein?
- É porque eu também gosto muito deles, Helena!

Eu vou confessar uma coisa. Prefiro muito mais as letras, do quê os números, ainda mais depois de tudo o que eles fizeram com as letras. Tudo inveja!

Eu não sei se vocês gostam de Matemática, mas, eu acho que vai ser mesmo muito difícil que um dia eu saiba Matemática assim como a Joana sabe. Acho que nunca!

Mas, tomara que mais gente goste dos números, assim, eles não vão tentar roubar, outra vez, as palavras de livro nenhum!

quarta-feira, 20 de março de 2019

Minha viagem à Lua


Aposto que vocês nunca tiveram uma aventura igual a essa! Nunca pensei que fosse conhecer a Lua bem de pertinho. Vocês duvidam? Vou contar tudinho pra vocês.

O ano passado, a professora levou a gente para fazer um passeio bem legal e divertido. Eu e toda a turma, e a minha amiga Joana, que também é da minha classe, fomos visitar o planetário. Acho que vocês deveriam pedir para escola de vocês levarem vocês pra conhecer, aposto que todo mundo vai gostar!

Chegamos bem cedinho na escola, todo mundo com a cara de sono e, mesmo antes do ônibus sair, estava aquela bagunça, os meninos, como sempre, foram todos para o fundo do ônibus pra aprontar. Eu, fui sentar do lado da Joana.

- Joana, dessa fez eu vou na janelinha!
- Mas, não volta, quem vem sou eu, ta?

Lá fora, esperando o ônibus sair, estava a minha mãe e a da Joana. Elas não paravam de dar tchau pra gente. Pagamos o maior mico.

- Olha lá, Pedrinho! A mamãezinha da Helena veio dá tchauzinho pra ela! Gritou lá do fundo do ônibus o Fernando.
- E a da Joana também, Pedrinho!
- Fica quieto, Fernando! Gritei de volta.
- A tua mãe também ta lá fora, viu, Pedrinho! Gritou a Joana.

Mas os meninos ficaram o tempo todo enchendo a minha paciência e a da Joana até o ônibus sair e só pararam quando a professora foi no lá no fundão dar uma bronca neles.

Quando o ônibus saiu, foi á maior festa e depois da viagem demorar um tempão, chegamos ao planetário, foi outra festa. Antes mesmo da professora organizar a fila pra gente entrar, eu peguei a Joana e saímos correndo lá pra dentro do planetário. Eu já tinha ido lá com meu pai, sabia muito bem onde estava o que eu queria ver.

- Helena, a professora vai dar a maior bronca na gente.
- Depois a gente fala que se perdeu. Vem, Joana, vem que eu quero te mostrar uma coisa.

Fui direto com a Joana para sala daquele telescópio enorme, queria ver todos os planetas primeiro, antes de toda a turma, porque senão, ia ficar aquela fila e eu não ia conseguir ver tudo direito.

- Deixa eu ver, Helena!
- Calma, Joana, estou vendo!

E eu fiquei ali, vendo tudo, até que vi a Lua, redonda, cheia de buracos enormes! Pareciam até pequenas cavernas.

- Caracá, Joana! Tu não vai acreditar! Tô viajando na lua!
- Deixa eu ver, Helena!
- Ela é linda! Tem um monte de buracos! Mas ela não parece tão branca quando a gente vê no céu.
- Vai, Helena, deixa eu ver!
- Espera, Joana!
- Daqui a pouco a turma toda chega e eu não vou ver nada.

E eu fiquei ali, viajando pela lua. Vi até a pegada do homem que pisou na lua que nem a gente aprendeu na lição. Nem vi quando a Joana saiu e me deixou sozinha. Ela desistiu e foi se encontrar com a turma.

Pra falar a verdade, o que me interessava mesmo era ficar lá, olhando a lua bem de pertinho. Viajei pedacinho por pedacinho, só não encontrei o São Jorge. Vovó sempre diz que São Jorge mora na lua, mas eu não vi nenhum santo, muito menos o dragão com quem ele vive lutando. Preciso falar pra vovó que São Jorge não mora na lua.

Mas quando a professora chegou com a turma...

- Muito bonito, dona Helena!
- Lindo mesmo, professora!
- Estou falando do que você fez. Agora você saia daí que a turma também quer
ver. E quando voltarmos à escola, sua mãe vai ficar sabendo, timtim por timtim o quê você fez aqui.

A professora me deixou no canto e não pude ver mais nada, passei a visita toda do lado da professora. Na volta, a Joana correu para sentar na janelinha e passou a viagem toda sem falar comigo.

Mas o pior ainda estava por vir. Quando chegamos na escola, a professora foi direto contar o que eu fiz para a diretora, que foi direto falar com a minha mãe o que eu fiz. Resultado: A minha viagem à Lua, me deu uma nota zero e uma semana de castigo sem internet e sem televisão.

Só que querem saber de uma coisa? Eu nem liguei, pois passei todas as noites olhando a lua e lembrando de todos lugares por onde eu passei.

quinta-feira, 14 de março de 2019

A visita do Chicão


Essa história até parece mentira, mas não é não, viu? Aconteceu de verdade. E foi uma aventura sem igual. Na verdade, foi a maior confusão no meu prédio e na minha casa, isso sim! Mas, deixa eu começar logo a história que aí vocês vão entender tudo direitinho.

Eu tenho dois primos que moram no interior, o Antonio e o João. No fim do ano passado, eles e os meus tios vieram passar o Natal e o Ano Novo na minha casa. Eu não via a hora deles chegarem, pois depois que eles pegaram um saci e colocaram numa garrafa na minha frente, eu precisava fazer uma coisa bem legal pra eles também. Já era véspera de Natal e nada deles chegarem.

-Eles estão demorando, né mãe?
-Deve ser o trânsito na estrada, filha. Nessa época, muitas pessoas vão viajar.

Eu me sentei no sofá já impaciente. Não demorou muito e tocou a campainha.

-Eles chegaram, mamãe! Eles chegaram!

Minha mãe foi e abriu a porta, era só minha tia.
-Cadê os primos? Perguntei

Ela nem me respondeu. Mas, foi só ela entrar pela porta do meu apartamento pra eu lembrar de toda aquela chateação.

-Como você cresceu, hein Helena? – Disse a minha tia já apertando a minha bochecha.
-Onde estão os primos, tia? Perguntei, já aflita.

Minha mãe tratou logo de acomodar a minha tia no sofá, pois ela parecia um pouco cansada da viagem.

-Você pode me ver um pouco d’água? Pediu a minha tia para minha mãe?
-Claro que sim! – Disse a minha mãe já saindo em direção a cozinha para buscar a água.

E eu ali, aflita por não ver os meus primos.

-Feche a porta, Helena! – Gritou a minha mãe da cozinha.
-Mas, tia, cadê os primos?
-Eles já estão subindo, Helena. É que eles ficaram para ajudar o tio a trazer aqui pra cima, o Chicão.

Caí de costas no sofá na mesma hora. Não acreditava no que tinha acabado de ouvir. O sofá fez uma barulhão que levei até uma bronca.

- Para de pular no sofá, Helena! – Gritou a minha mãe lá da cozinha.

Mas eu não tinha pulado no sofá, eu tinha caído de susto com o quê a minha a tia tinha acabado de me falar.

- Vocês trouxeram o Chicão?
- Claro! Você acha que a gente ia passar essas festas aqui no bem bão e deixar o Chicão sozinho lá no sítio?

Coloquei a mão na cabeça e disse:

- Isso não vai dar certo!

Minha mãe voltou pra sala trazendo a água pra tia, na mesma hora tocou a campainha.

-Atende a porta, Helena. – Falou a minha mãe já engatando uma conversa bem animada com a minha tia.

Fui lá, abri a porta e, assim que o tio entrou, carregando as malas, não deu outra. Lá foi ele apertar a minha bochecha.

- Como você cresceu, hein Helena?
- Mas, cadê os primos? – Perguntei mais aflita ainda.
- Eles estão vindo de escada.

E foi logo sentar ao lado da minha tia. Tirou o copo de água da mão dela e bebeu num gole só, o resto de água que ainda tinha no copo!

- Como estão os preparativos, hein minha irmã? Perguntou meu tio para minha mãe.
- Já tá tudo quase pronto. Só falta terminar de preparar a ceia. – Disse a minha mãe.

Enquanto eles conversavam, eu fiquei parada na porta para tentar impedir que os primos entrassem com o Chicão pelo meio da sala. Minha mãe não ia gostar nadinha de ver um porco enorme andando em cima do tapete novo dela.

Isso mesmo, Chicão é o nome de um porco enorme que meus tios criam lá no sítio. Pros primos terem vindo de escada, o Chicão deve ter dobrado de tamanho.

De repente, veio um grito lá da escadaria debaixo.

- Socorro!!! Tem um porco solto na escadaria.

Era a voz de Dona Benedita, a síndica do prédio assustada com o Chicão que tinha se soltado dos primos e vinha subindo a escada assustado.

Com o grito, minha mãe e os tios também saíram na porta pra ver o que estava acontecendo. Bem nessa hora, o Chicão apareceu na ponta da escada e ao ver os tios, correu direto na direção deles. Os primos chegaram logo atrás, exausto.

Minha mãe quando viu aquele porco indo na sua direção só teve tempo de dá um grito e cair desmaiada no chão.

Quando a minha acordou, a confusão tava formada. A Dona Benedita estava gritando na porta da nossa casa. Os tios e os primos com o Chicão no meio da sala. E a festa de Natal acabou antes mesmo de começar.

- Esse porco não vai ficar aqui dentro de jeito nenhum. – Disse a minha mãe muito brava.
- Se a família não pode ficar unida, a gente vai tudo embora agora – Disse meu tio.

Eles consideram o Chicão da família. E não deu outra. Os tios e os primos passaram a mão nas malas, pegaram o Chicão e foram embora. Até tentei convencer a mamãe.

- Deixa o Chicão ficar, mamãe!

Mamãe não quis saber. E as aventuras que eu tinha planejado em viver com os primos acabaram ali, na visita do Chicão.

quarta-feira, 6 de março de 2019

O pequeno Etezinho


Sabe aquelas coisas que a gente não acredita? Que acha tudo uma invenção? Vocês podem até não acreditar, mas essa aventura que eu vivi com a minha amiga Joana, foi a mais pura verdade. Vou contar como tudo aconteceu.

Naquela noite estava tendo festa no salão de festas do meu prédio e todos meus amigos estavam lá. A festa estava muito legal. A gente já tinha brincado de tudo, mas foi quando a gente foi brincar de esconde-esconde que tudo aconteceu. Até hoje eu na consigo esquecer aquela noite.

- Vamos, Joana!
- Ali, Helena, vamos se esconder ali atrás.
- Boa, Joana! Ninguém vai achar a gente ali.

Enquanto o Paulinho contava, eu e a Joana fomos se esconder atrás de um mantinho no jardim, no fundo do salão de festa.

- Aqui ninguém vai achar a gente, Joana!
- E aí a gente sai e salva todo mundo!

De repente eu olhei para o lado e vi um prato colorido, brilhante.

- Olha aquilo, Joana!
- Melhor não mexer, Helena!
- Tá brilhando!

Quando eu fui colocar a mão, sai detrás daquele prato, um negócio, parecia um homenzinho vestindo uma roupa de guarda, fazendo um barulho esquisito. A Joana achava que era um duende, eu achava que era um vaga-lume. De repente ele começou a repetir o que a gente falava.

- Quem é você?
- “Você”.
- Helena, vamos sair daqui.
- “Daqui.!
- Será que é um ET?
- “ET.”
- Eu to com medo, Helena.
- “Helena”

Quando a Joana ameaçou sair correndo, aquela coisa tirou uma arma da sua roupa de guarda e apontou para a Joana e... puff!! A Joana sumiu!

- O que você fez com a minha amiga?
- “Amiga.”

E puff... Depois não me lembro de mais nada, quando acordei, estava numa sala branca, grande, dentro de um vidro, cheio de fios ligados em minha. Olhei para o lado e a Joana também estava lá, dentro de um outro vidro cheia de fios ligados nela.

- Joana!
- Helena!
- Socorro!! Tirem a gente daqui!

Enquanto a gente se debatia tentando se soltar, um monte de homenzinho vestido de guarda olhava para gente dentro do vidro. Eles conversavam, mas a gente não entendia nada.

- Que aconteceu, Joana?
- Acho que a gente foi raptada por ETs.
- A gente precisa sair daqui.
- Mas como, Helena!

A gente precisava sair dali, mas como se a gente não sabia nem como tinha chegado ali. Fui tentar falar com o homenzinho.

- Seu homenzinho, a gente precisa ir embora.
- “Embora.”
- Minha mãe vai brigar comigo.
- “Comigo.”

De repente todo o vidro começou a piscar, parecia que a gente estava dentro de uma luz. Acendia e apagava, acendia e apagava. A gente só ouvia aqueles homenzinhos fazendo um barulho, falando de um jeito que a gente não entendia nada e tudo apagou de vez.

Quando eu e a Joana acordamos, estávamos deitadas do lado do matinho, com todo mundo olhando pra gente.

- Cadê eles, Joana!
- O que aconteceu, Helena?
- Os ETs pegaram a gente.
- É verdade!!

É claro que ninguém acreditou na gente e ainda por cima, ficaram rindo da nossa cara. Mas eu ainda vi quando aquele prato colorido saiu detrás do matinho e sumiu no céu.

- Olha lá, Joana!
- É ele, Helena! É ele!!

E foi assim que eu e a Joana fomos raptadas pelo homenzinho de roupa de guarda e levadas para um outro planeta que a gente nunca soube onde ficava e nem porque ele escolheu levar a gente pra lá.

Nunca mais a gente viu aquele homenzinho. Sabe que lembrando disso agora, fiquei até com saudade dele.