sábado, 24 de fevereiro de 2018

O acampamento

Essa história foi tão divertida que eu precisava contar pra vocês! Foi assim: O meu colégio marcou um super acampamento com as classes do terceiro e quarto ano, só que era um acampamento de um dia e dentro do pátio da escola. Chegamos à escola às sete horas da noite. Foi à maior bagunça!
– Joana, você trouxe o seu ursinho?
– Eu não!
– Ficou com vergonha?
– Eu não! Só não queria que ele ficasse sujo. E você, por acaso trouxe aquele seu sapo fedido?
– Claaaro que eu trouxe! Tá lá no fundo da minha mochila.
– Ei vocês duas! Não vão ajudar a montar as barracas, não? Disse o professor Arthur.
Professor Arthur dá aulas de teatro na nossa escola e foi nos ajudar no nosso acampamento. Com a ajuda de todo mundo, as barracas ficaram todas  montadas, num instante. A tia Rosa, da cantina, preparou um super macarrão gostoso numa panela que estava em cima de uma fogueira e a professora Marta, organizou tudo bem rapidinho.
– Eu quero ficar na barraca junto com a Joana!
– Tudo bem, Helena! Então numa barraca vão ficar você, a Joana, a Thalita e a Mariazinha!
– Ah não, professora!
– Por acaso você quer ficar com os meninos?
– Eu não!
– Então faça o favor de pegar sua mochila e seguir para sua barraca! As outras meninas já estão lá!
Droga! Sai emburrada. Não gostei nada de ter que ficar na barraca com a Thalita e a Mariazinha. Elas são umas pestes! Quando elas estão juntas, sempre aprontam. Mas pelo menos, a Joana também ia ficar na mesma barraca que eu.
Depois que todo mundo guardou suas coisas nas barracas, fomos comer o macarrão da tia Rosa. Macarrão com hambúrguer e refrigerante. Uma delícia! Quando acabou o jantar, fizemos uma roda em volta da fogueira e ficamos vendo o professor Arthur tocar violão.
– Joana, você viu a Thalita? Cochichei no ouvido da Joana.
– Ela falou que não queria ficar na fogueira, preferia ficar na barraca.
– E a Mariazinha?
– Disse que ia junto também.
Sane, não gostei nada daquilo! Eu tinha certeza que aquelas duas iam aprontar alguma coisa. Puxei a Joana e fui com ela direto para nossa barraca. Só que não tinha ninguém lá. Então nós resolvemos avisar os professores.
– Professora Marta, a Thalita e a Mariazinha não estão na barraca!
– Alguém viu a Thalita e a Mariazinha por aí? Gritou a professora.
– Não!! Gritou a turma toda.
A professora Marta ficou preocupada e colocou todo mundo para procurar as duas. Rodamos o colégio inteiro e nada de encontrar nenhuma das duas. Os professores começaram a ficar muito nervosos. Mas eu sabia que as duas deviam estar aprontar alguma coisa
– Você vai ver, Joana, tenho certeza que elas aprontaram alguma coisa!
– E se aconteceu alguma coisa com elas?
Aquelas duas tinham que estragar o nosso acampamento! De repente, o professor Arthur apareceu trazendo o meu sapo fedido pela mão e segurando o nariz com o dedo e disse:
– De quem é esse gambá?
– É meu, professor! Mas não é gambá, não. É o meu sapo fedido.
– Então isso vai ficar confiscado lá no banheiro, ouviu Helena?
– Ah não, professor! É só não apertar a barriga dele que não tem problema!
– Você devia ter avisado as suas amigas sobre isso!
– Encontrou as meninas, professor? Perguntou a professora Marta.
A Thalita e a Mariazinha pegaram o meu sapo pra me provocar, só que ficaram puxando pra ver quem ficava com ele e acabaram rasgando ele todo. Acontece que dentro do meu sapo tem um pó que imita o cheiro de chulé e quando elas rasgaram, o pó caiu em cima do pijama das duas. Elas ficaram num fedor só. Bem feito! Quiseram aprontar comigo, se deram mal.
Foi por isso que elas sumiram e se esconderam. Quando chegaram de volta no pátio, as turmas todas morreram de rir das duas. E o pior. Elas tiveram que dormir dentro da escola e perderam o melhor do nosso acampamento. Eu e a Joana fizemos a maior bagunça, a noite toda, dentro da nossa barraca.
Mas, apesar da raiva por elas terem rasgado o meu sapo de estimação, não consigo esquecer a cara das duas cheias de vergonha do fedor que estavam.
Depois disso, a Thalita parou de vez de encrencar com todo mundo. Aliás, ela e a Mariazinha faltaram uns dois dias na escola, de tanta vergonha que ficaram.
Ah, eu ganhei um sapo novo da mãe da Thalita. E sabem o quê mais? Ele é mais fedido ainda!