quarta-feira, 1 de abril de 2020

LIVRO NOVO

Oi, gente, chegou!
Acaba de ser publicado o meu novo livro
"As aventuras de Helena pelo Folclore Nacional"
Neste momento ele está disponível apenas na plataforma Wattpad.
Mas, o mais legal é que vocês podem ler as minhas aventuras de graça, é só clicar no link lá embaixo
Ah, e tem mais, vocês podem baixar o aplicado do Wattpad no celular de vocês e ler as minhas novas aventuras na hora e aonde vocês quiserem. Não é legal?
Espero que vocês se divirtam com as minhas novas aventuras!

sábado, 28 de março de 2020

MEU AMIGO CURUMIM


Hoje me lembrei de uma aventura bem legal que tivemos, eu, a Joana e o Paulinho.  Mas essa foi uma aventura de verdade. Nós ajudamos um indiozinho a salvar os bichos da floresta das mãos de uns caçadores bem malvados. Vou contar direitinho como tudo aconteceu.

Eu, meu pai, minha mãe, a Joana e o Paulinho fomos passar o fim de semana no sítio de um a amigo do meu pai. Era um lugar bem no meio do mato. Não tinha luz. A noite, a luz vinha de um negócio chamado lampião que fica pendurado nas paredes. Todo lugar tinha um daquele para clarear, porque era muito escuro.

A primeira noite foi muito chato, meu pai e os amigos jogando carta, minha mão lendo deitada da rede e eu, a Joana e Paulinho, sem ter o quê fazer. O amigo do meu pai contava um monte de história, dizia que tinha até onça que andava pelo meio daqueles matos e que tinha uma aldeia de índios que morava em uma tribo depois do rio que cortava o sítio dele.

- Então, meninas: Vamos visitar os índios amanhã? Disse o Paulinho.
- Vamos!
- Não é perigoso, Helena? E se a gente ver uma onça, Paulinho?
- Deixar de ser medrosa, Joana. Disse o Paulinho.

Aquilo ali está bem chato e não tinha como não concordar com o Paulinho. Se a gente não fizesse nada, aquele fim de semana seria um tédio.

Um olhou para o outro e saímos correndo para dormir. A gente precisava acordar antes de todo mundo para ninguém ver a gente, senão, duvido que a minha mãe ia deixar a gente ir ver os índios.

No dia seguinte saímos bem devagarzinho para que ninguém escutasse a gente.

- Vou levar esse facão, disse o Paulinho.
- E você sabe usar isso? Falei isso?
- Acho melhor a gente não ir sozinho.
- Se você não quiser, pode ficar, Joana?
- Vamos, Joana, vai ser legal!

Saímos pelos fundos da casa, atravessamos o galinheiro e escorregamos um barranco para chegar até o rio que passava no fundo do sítio. Só que enfrentamos o primeiro problema. Não tinha ponte para atravessar o rio. O Paulinho tentou achar uns pedaços de galhos para fazer uma ponte, mas só achava galhos pequeninhos.

De repente eu escutei um assobio. Olhei para o Paulinho, olhei para a Joana. Eles também tinham ouvidos, mas não vimos ninguém. A Joana, medroso como ela é, já queria voltar pra casa. Não demorou muito e, um assobio de novo. Foi então que a Joana viu do outro lado do rio, um indiozinho.

- Ei, como a gente faz para atravessar o rio? Perguntou o Paulinho

O indiozinho ficava dando risada pra gente.

- Ei, como a gente faz para atravessar o rio? Perguntou de novo o Paulinho.
- A gente quer atravessar. Falei para ele.

Ele riu de novo e sumiu no meio do mato.

- Acho melhor a gente voltar pra casa. Disse a Joana.
- Também to achando melhor, Paulinho.
- Que nada! Vamos atrás daquele indiozinho.

A gente queria, mas como a gente ia atravessar para o outro lado do rio? Foi quando a gente viu o indizinho em uma canoa. Ele tinha vindo buscar a gente.
Subimos na canoa na mesma hora que a gente viu dois homens do outro lado do rio, preparando uma armadilha para pegar algum bicho.

Eu ia até gritar, mas o Paulinho colocou a mão na minha boca e o indiozinho fez sinal de silêncio. Ele levou a canoa bem devagar para o outro lado para que os homens não vissem a gente.

A gente desceu e logo vimos os dois homens numa barraca e um monte de bicho presos em gaiolas. Tinha passarinho, tinha coruja, tinha tatu, tinha até uma tartaruga, que o indiozinho falou que era um jabuti. Aqueles homens estão caçando os bichos da floresta.

- Vocês ajuda Curumim? Homem branco roubando bicho da floresta. Disse o indiozinho.

Curumim falou o que a gente precisava ouvir. Paulinho pegou o estilingue que tinha no bolso e atacou uma pedra da cabeça de um dos homens. O indiozinho começou a fazer o som de um monte de bicho para distrair os homens, aí, eu e a Joana fomos até as gaiolas e soltamos todos os bichos.

Só que os homens viram a gente e começaram a dar um monte de tiro para cima. O indiozinho se escondeu no mato e o Paulinho atrás de uma árvore. Eu e a Joana, bem... Aqueles homens malvados pegaram a gente. Amarraram uma de costa para outro e saíram atrás do Paulinho e do indiozinho.

A Joana já tava chorando, quando o indiozinho saiu do mato com dois índios grandões e soltaram a gente. Só então o Paulinho saiu da árvore. Diz que é cheio de coragem, mas e mais medroso que a Joana.

Como a gente conseguiu ajudar o indiozinho a soltar os bichos da gaiola, os índios grandões ficaram muito felizes com a gente, nos levaram para conhecer a aldeia onde eles moravam, deram um monte de colar pra gente e depois ainda levaram a gente pro sitio do amigo do meu pai.

Foi muito legal conhecer um indiozinho, ajudar ele a soltar os bichos das gaiolas e ainda conhecer uma aldeia de verdade. Os homens? A gente não viu mais, mas espero que os índios grandões tenham dado uma boa lição neles.

Sabe de uma coisa? Faz tempo que meu pai não vai para o sítio do amigo dele. Acho que vou pedir para ele me levar de novo. Quem sabe não encontro de novo o meu amigo Curumim?

terça-feira, 24 de março de 2020

Viagem ao centro da Terra


Oi, pessoal! Hoje eu tenho uma aventura demais pra contar pra vocês. E, presta atenção ó! Não é mentira minha, não, viu? Aconteceu de verdade. A Joana está até de prova, porque ela estava junto comigo o tempo todo. Foi assim...

Sabe o seu Zé? É, aquele que é dono da farmácia e tem um terreno vazio bem do lado da farmácia dele? Eu e a Joana estamos sempre lá. Seu Zé fez um espaço bem legal para leitura embaixo das árvores e a gente pode ficar por lá, sossegada, que ninguém vai lá pra encher a nossa paciência.

Depois daquela vez que eu, a Joana, o Paulinho e a Thalita estávamos fazendo um acampamento lá no terreno e apareceu uns meninos por lá e deu aquela confusão, seu Zé tratou de fazer um muro bem alto e colocou um portão de ferro com cadeado, só entra se ele abrir.

Então, teve uma vez que eu e a Joana estávamos lá no terreno do seu Zé da farmácia, embaixo da árvore, lendo os nossos livros, sossegadas... A Joana levou até o Ted junto. Ele gosta de ficar correndo por lá e a Joana sabe que não tem nenhum perigo do Ted sair de lá de dentro quando se fecha o portão.

Só que naquele dia, o Ted estava muito chato.

- Pô, Joana, fala pro Ted parar de latir. Não consigo ler meu livro!
- Ele tá feliz, Helena!
- Tá é irritante, isso sim!
- Daqui a pouco ele para.

E nada do Ted parar. Ele corria pra lá, pra cá, latia, latia, latia sem parar. Ia até o fundo do terreno, cheira o muro do fundo, latia, latia e voltava para Joana.

- Assim não vai dá, Joana!
- Deve ter alguma coisa lá.
- Que coisa?
- Não sei!

A gente então deixou os nossos livros no chão e fomos atrás do Ted lá no muro do fundo. A gente olhava e não tinha nada só um monte de folhas que tinham caído da árvore e seu Zé encostou no canto do muro.

- Olha aí, não tem nada!
- Que foi, Ted?

O Ted olhava pra Joana, latia, olhava para o monte de folha e latia.

- Tem alguma coisa aí nesse monte, Helena!

E não é que tinha! A gente começou a tirar as folhas e, de repente, surgiu um buraco enorme, não deu tempo nem da gente se segurar, começamos a cair dentro do buraco. Só que o buraco não tinha fundo. A gente foi caindo, caindo, caindo, já nem dava mais para escutar o Ted latir. Parecia que a gente tinha entrado num túnel. De repente, a gente caiu. Eu de um lado e a Joana do outro.

Quando a gente se levantou, tinha um menino japonês olhando pra gente. Ele falava uma língua engraçada, apontava pra gente, e dava risada.

- Aonde a gente foi parar, Joana?
- Sei lá, Joana!
- Será que a gente foi parar no Japão?
- Serão que aquele buraco era...

Pronto! A Joana desmaiou. Eu fiquei ali, com aquele japonês me olhando e dando risada e a Joana desmaiada no chão.

De repete caiu do lado da Joana, uma menina da cor do Paulinho, de cabelos de molinhas, que também não falava nada que eu entendia.

- Acorda, Joana! Acorda!

A Joana abriu os olhos.

- Acorda, Joana. Acho que a gente caiu no centro da Terra!

Aquele buraco só podia ter levado a gente até o centro da Terra. O lugar exato onde todos os continentes se encontram. Tinha o japonês, tinha a africana, tinha a gente, que somos da América...

- Meu Deus! Que incrível!
- E agora, Helena, como a gente vai sair daqui?
- Sei lá!

Eu até tentei falar com outros dois, mas não adiantava perguntar, ninguém falava a nossa língua e nem nós as deles. O Japonês só dava risada, a africana, ficava cantando e dançando e a Joana cada vez mais desesperada. Aí eu comecei a ficar também! Como a gente ia voltar para casa?

A gente achou uma árvore e se sentou. A Joana, daquele jeito... Mas, a gente precisava pensar em alguma coisa. Foi aí que eu senti um negócio cutucando a minha cabeça.

- Uma corda! Olha, Joana, uma corda!

Não perdemos tempo! Eu e a Joana amarramos aquela corda nas nossas barrigas e de repente, a gente começou a subir, subir, subir... A gente já olhava pra baixo e não via, nem o japonês e nem a africana. Tudo foi ficando bem escuro.

- Olha, Helena, escuta!
- É o Ted!! Ted!... Ted!...

Não demorou muito, a gente começou ver de novo a luz e a ouvir o Ted latir, bem alto e sem parar. Seu Zé puxou a gente para fora do buraco.

- Obrigado, seu Zé!
- Achei que não ia voltar nunca mais!

A Joana correu logo para abraçar o Ted e eu dei um abraço bem forte no seu Zé. Nunca foi tão bom ouvir o Ted latindo de novo. Pensei que nunca mais ia voltar para minha casa.

Só que seu Zé pediu pra gente guardar segredo. Ele não queria que todo mundo ficasse sabendo que dentro do terreno dele, ficava a passagem que levava a gente para o centro da Terra.

Eu fechei a minha boca e não contei isso pra ninguém! Vê se vocês não vão espalhar isso por aí, hein? É segredo!

domingo, 1 de março de 2020

A Cobra de Fogo


Hoje eu vou contar para vocês o maior susto que levei na minha vida. Juro! Foi um susto tão grande que até pensei que fosse morrer. Vocês não acreditam? Mas é verdade! A Joana e o Paulinho podem confirmar tudinho! É, eles também quase morreram de susto. Foi uma aventura assustadora. Vou contar:

Teve um feriado bem grande, acho que era feriado da Independência, não, acho que era da República. Eu sempre me confundo com esses dias! Mas, sei lá, foi um feriado bem grande, então, meus pais resolveram visitar os parentes lá do interior, para eu não ir sozinho, pedi para minha mãe deixar a Joana e o Paulinho ir junto com a gente. Ela deixou.

Eu não queria ficar sozinha brincando com os primos João e Antônio, eles sempre arrumavam um jeito de me levar pra mata e me dar um susto. Dessa vez, a Joana e o Paulinho podiam me ajudar. Quem sabe a gente não conseguia dar um susto neles? Que nada! Acabou todo mundo levando o maior susto!

Chegamos e eu tive que passar por toda aquela encheção de novo: Veio o tio e puxou a minha bochecha e disse: “Que menina mais linda!”, a tia veio e disse: “Como cresceu essa menina!”. Mas já nem me importei como isso. Ainda bem que dessa vez os primos estavam na sala e chamaram a gente logo para ir lá pro quintal.

O Antonio e o João levaram a gente, primeiro para dar comida para as galinhas e depois pro Chicão. Nossa! O porco ainda mais gordo. Parecia que ia explodir!

- Ô, Antonio, esse porco vai explodir!
- Vai nada, Helena!
- Aqui tem rio? Disse o Paulinho.
- Tem sim! Respondeu o João!
- Você não me falou que tinha tanto mosquito aqui, Helena! E é fedido!
- Mas sua amiga é fresquinha, hein Helena?
- É nada, Antônio! É que ela tem medo de tudo.
- Inton vai morrê aqui! Começou a rir o primo João.

Não demorou muito tava todo mundo rindo da Joana, que ficou emburrada e saiu em direção à mata.

- Não! Ela não pode ir naquela direção! Disse o primo Antônio!
- Joana! Volta aqui, Joana! Era brincadeira!
- Inda mais agora que já anoitecendo.

O Paulinho saiu correndo em direção à mata atrás da Joana. Os primos pediram para eu esperar que eles iam buscar umas coisas, se caso a gente demorasse pra voltar. Trouxeram uma mochila com água e umas lanternas. A noite caiu de repente. Tudo ficou escuro. Não tinha estrela, nem lua no céu.

Os primos foram na frente e eu fui atrás deles, já não tinha mais nenhum sinal da Joana e do Paulinho. Os primos acenderam as lanternas e a gente foi caminhando, caminhando.

- Joana! Paulinho!

Era um silêncio só, nem bicho tava fazendo barulho. Os primos se olharam e vi que eles estavam morrendo de medo. Então fiquei apavorada. Se os primos estão como medo, o quê será que tem dentro daquela mata?

A gente foi entrando, ate que os primos iluminaram um lugar. Deu pra ver a  Joana sentada em um tronco de árvore conversando com o Paulinho. Vocês acreditam que ela ainda estava chorando? É, mas a gente não devia ter rido dela. Não eu! Ela é minha melhor amiga. Então fui correndo na direção dela, sentei no tronco do lado dela e pedi desculpa. Os primos começaram a provocar a Joana e eu logo dei uma bronca.

- Chega com essa brincadeira! Já achamos a Joana agora vamos voltar.

Aí é que começou a aventura que eu nem esperava viver naquela noite. Para começar, as pilhas das lanternas dos primos, acabaram. Ficou tudo uma escuridão. Só dava para ver os olhos da gente. A Joana logo se sentiu culpada.
Mas, eu não podia deixar ela se sentindo culpada, afinal foi a gente que começou.

O Paulinho teve ideia de usar a lanterna do celular dele. Também só durou até os primos conseguirem arranjar uns galhos para fazer uma fogueira. Foi só acender a fogueira que a bateria do celular do Paulinho acabou.

- Agora com a fumaça, os pai acha a gente. Disse o primo Antônio.

Então a gente se sentou em volta da fogueira, porque já tava ficando muito frio, foi aí que, de repente, aquele tronco que a Joana e o Paulinho tavam sentado, começou a se mexer, foi ficando transparente, com uma iluminação maior que a luz da fogueira.

- Nossa senhora! É o Boitatá! Gritou o primo Antonio.
- Não olha! Não olha! Não olha senão vocês vão ficá cego! Disse o primo João.

Era uma cobra de fogo! Ela parecia que tava bem zangada. Todo mundo ficou com os olhos fechados e parados.

- Mas se ela vier atacar a gente? Disse a Joana morrendo de medo.
- Se tiver um facão aí, me dá, que pico essa cobra em mil pedaços. Disse o Paulinho.

Como a gente ia sair dali? A gente não podia olhar senão ficava cego. Foi aí que eu me lembrei da aula do Folclore. O Boitatá é uma cobra de fogo que protege a floresta e ataca quem tenta colocar fogo na mata. Mas, é uma lenda. Não podia ser real. Só que era, e tava ali, na nossa frente. Iluminando a mata. Foi então que eu gritei:

- Vamos apagar a fogueira! O Boitatá pensa que a gente tá colocando fogo na mata. Por isso quer atacar a gente!

Mas, como a gente ia apagar aquela fogueira? Aquela cobra ia acabar pegando a gente. Não tinha jeito! De repente só escutei um barulho de água e a fogueira apagando. Os meninos fizeram xixi em cima da fogueira e apagaram o fogo.

- Podem abrir os olhos, meninas! Acabou o fogo! Disse o Paulinho

Aquilo só podia mesmo ter sido ideia do Paulinho. Quando a gente abriu os olhos, não tinha mais nada, nem fogueira, nem Boitatá, só a escuridão e os nossos olhos brilhando. Foi um susto tão grande que quando tudo acabou, eu e a Joana caímos no chão.

Só me lembro da gente acordando no quarto no dia seguinte em que a gente chegou à casa dos tios. Mas, vocês não fiquem pensando que foi tudo um sonho meu, não! Foi tudo de verdade, viu? Podem perguntar pra Joana e pro Paulinho que eles vão confirmar tudinho!